RIBEIRA x BARROCAS
Desde os tempos bíblicos sabemos de notícias sobre conflitos entre irmãos, como é o caso de Caim e Abel. Nos relatos históricos, encontramos o mito de fundação do mundo romano situado na relação conflituosa entre dois irmãos, Rômulo e Remo. São trágicas histórias, que terminaram em morte, dor e sofrimento.
Nosso município hoje se encontra dividido. Uma briga de irmãos, entre Ribeira(sede) e Barrocas. Pertencemos à mesma cidade, partilhamos da mesma realidade, nos conhecemos e nos vemos no dia-a-dia, deveríamos nos manter em paz e não em guerra, cooperarmos e não disputarmos desta maneira, mas não é assim que está acontecendo.
Segundo relatos, tudo teria começado quando ainda no ano passado um jovem de Barrocas foi agredido violentamente numa festa na sede do município, sem motivo aparente. Tempos depois outro jovem de Barrocas foi agredido numa festa em Ribeira, também sem motivos que justificassem tamanha violência, se é que algo justificaria qualquer forma de agressão.
Aproveitamos aqui para chamar atenção para uma cultura da violência que se estabeleceu em determinados jovens da sede do município, alguns deles ligados a utilização de substâncias químicas, saem pelas festas batendo em pessoas que nem mesmo conhecem, só pelo prazer de fazer isso. Principalmente contra estes o poder público deve ficar mais atento, para que não se tornem exemplos - negativos - do que é ser jovem.
Depois disso, Barrocas teria começado a reagir, haja vista as agressões recorrentes por parte de certos jovens de Ribeira. Passamos então a assistir conflitos acontecendo quando estes se encontram. Está estabelecida uma grave divisão, que hoje suscita ódio, ofensas e ameaças de ambas as partes.
A situação é tão confusa que qualquer coisa que venha de um dos lados, é deturpado, motivo de briga. Na matéria aqui postada pela equipe de Barrocas sobre o último grande choque, vimos à dimensão do problema, onde até tiro houve, ameaças com armas de fogo por parte dos dois lados.
Em suma, eis o quadro que estamos vivendo, mães aflitas, filhos ameaçados. Precisamos dar o primeiro passo para acabar com tudo isso, pois a juventude precisa pensar em caminhos e não em viver de maneira destrutiva, instaurando o terror entre nós mesmos de Ribeira.
Atualmente os alunos de Barrocas se sentem ameaçados de virem à sede estudar, já houve até casos de desistência por causa disso, um absurdo. É urgente tomar pé desta situação e voltar a estabelecer a paz no nosso município.
Fica aqui a nossa reflexão, sem querer fechar um julgamento, mas começar a situar fatos, e apontar horizontes. Venho debatendo o tema com alguns alunos, continuaremos nesta direção. A preocupação é grande, mas a esperança que todos entendam que nada temos a ganhar com tudo isso, só a perder, é também enorme.
Que Caim e Abel, Rômulo e Remo, fiquem na história somente, não se repitam entre nós, irmãos ribeirenses.
“Não há caminho para a Paz, a Paz é o caminho”.
Professora Daiane Oliveira
Sim, isso é, no mínimo, lamentável. Mas também é verdade que não podemos (me refiro às partes envolvidas) nem devemos pretender bancar pobres vítimas desse ou daquele grupo, mas aceitarmos, cada um, sua parcela de culpa. E quando falo em aceitarmos, pretendo ir além dos envolvidos diretos, e chegar aos pais e/ou responsáveis por esses garotos/homens. Pois se estes chegaram a esse ponto, não temos como negar a lamentável falha de seus orientadores/educadores/formadores. É triste, mas é verdade que a família está sendo atirada na vala comum, e sendo a família a célula principal da sociedade, não há como negar a "falta" daquela na formação de seus membros. Para resolver tal problema será indispensável que as famílias dos envolvidos assumam autoridade sobre os mesmos, ajudando-os a entender o descaminho ao qual eles se atirarm, ou então, ajude-os juntos às autoridades. Isto é, com a coragem de não defendê-los como pobrezinhos, mas encará-los como pessoas que estam na contra mão da sociedade e, por isso, precisam da punição necessária via poder público. Isso antes que seja tarde e tenham, pais e sociedade, que vê-los rumo ao cemintério. É duro, né, pois é. Precisamos da coragem necessária para entendermos nossas falhas em tempo de corrigi-las.
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